sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Livros

Encadernados ou não,
daqueles grossos, pesados,
dom letra pequenininha.

Daqueles leves, fininhos,
que vivem meio amassados.
Dos antigos muito raros,
com páginas amareladas.
Dos caros e elegantes,
recheados de pinturas.

Daqueles com fotos e mapas.
Dos repletos de gravuras.
Dos que têm contos, novelas,
romances, trovas, ensaios,
poesia, mitologia,
alquimia, geometria,
história, filosofia,
geologia e geografia.

Na verdade, vou dizer,
São tesouros de papel.

Mas aquele que eu prefiro
é um cheio de desenhos,
um volume muito antigo,
do tempo do meu avô,
mostrando um pouco de tudo:
animais de todo tipo,
as árvores e as plantações,
os tipos de flores e frutas,
e como vivem os povos
nos quatro cantos do mundo;
e os tipos de comida,
e os meios de transporte,
e os últimos inventos,
e as roupas que a gente veste,
e as festas mais populares,
e as estações do ano,
tudo isso e muito mais,
mas não do tempo de agora,
pois o livro é muito antigo.

Vou folheando, encantado
Perguntando, pensativo,
Como pode tanto assunto
Caber assim num só livro?

Livro de papel
Ricardo Azevedo

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dicas literárias

Entre livros, decálogo do leitor - Alberto Mussa

Nunca leia por hábito: um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objetivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminuía ansiedade, aumenta a libido.

Lê-se para ser gente, para estar alimentado por histórias nutritivas, e não “ensinantes”, histórias alegres ou tristes, risonhas ou amargas, falando de qualquer assunto, de bem-aventuranças ou de “sofrências” para que o teu repertório seja amplo e para que encontres um caminho alegre nesse mundo de tristezura.

Leitura por Robert Fulghum

Os livros são os meus olhos mágicos - Manorama Jafa (tradução de José António Gomes)

Nas minhas descobertas, encontrei uma lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras. Eu adorei o título:  Os livros são os nossos olhos mágicos.
Mais informação, mais conhecimento para nos guiar nos difíceis acidentados caminhos da vida.

Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o sol era redondo e por que mudava a lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que
razão as estrelas não caíam do céu? Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios.
E lia todos os livros que encontrava.
Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse:
"Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome."
Kapil levantou-se com o livro na mão e caminhou.
Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que lhe atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. Não
tardou a bater noutra pedra e uma vez mais, estatelouse. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira, fê-lo esquecer as feridas. De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado
rapaz e disse "Meu filho, estou impressionado com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te
uma recompensa. Qual é o teu maior desejo? "
Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a deusa do estudo. No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: "Por favor, deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho."
"Assim seja"
E a deusa abençoou-o.Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens.
Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés. Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos
sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria.

domingo, 4 de dezembro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

OUTUBRO: Mês da Biblioteca Escolar, das crianças, dos professores e da leitura

OUTUBRO - tudo o que é de bom está neste mês. É para comemorar todos os dias. Por isso, esta semana eu comecei a caprichar ainda mais na leitura, vejam só alguns livros que eu já li, outros que estou lendo e os que eu pretendo ler:













Mergulhei nos livros infantis com o meu sobrinho de 4 anos e nos divertimos muito com as aventuras da galinha. E teve também...
Eu Sou Marvin, Eu Sou Valente!

Ontem recebemos a visita na biblioteca do cordelista Moreira de Acopiara e qual foi minha surpresa que ele trouxe vários livros novos. Acabei lendo Provérbios de Salomão em cordel, maravilhoso.


A PSICANALISE NA TERRA DO NUNCA

ENSAIOS SOBRE A FANTASIA 

Autor: DIANA CORSO E MARIO CORSO

Este livro eu comprei faz uma semana, eu estava "paquerando" ele há um ano atrás. Ele foi indicado pela professora da pós-graduação e agora que estou com mais tempo vou devorá-lo. É uma parte mais teórica para as aulas de biblioteca e posso usá-lo para indicações de livros. É uma análise de histórias e personagens contemporâneas, como Shrek, Alice no País das Maravilhas, Família Addams, Vampiros como a febre do Crepúsculo, etc. Já estou adorando, parece que estou nos bastidores das histórias!

No começo da semana, li vários livros sobre contos natalinos, já para a próxima exposição Natal Literário e para indicações de final de ano. Estes eu ainda não posso contar.

contos+e+encantos+dos+4+cantos+do+mundo

Me encantei com o livro CONTOS E ENCANTOS DOS 4 CANTOS DO MUNDO de Cléo Busatto, comprei na Feira de Livros. Já conhecia outros livros desta autora sobre contação de histórias. Mas este livro são contos de vários países com ensinamentos maravilhosos e uma sabedoria incrível. Vem até com o cd para ouvir a narração, que delícia! Já fiz uma seleção para as histórias de 2012.

No mesmo estilo, estou lendo O melhor dos contos da Índia: a incrível história dos príncipes pandavas da editora Leitura, comprei no brechó do colégio.


Já encomendei o livro do Içami Tiba que se chama Educar para formar vencedores.



Encontros com a leitura, a cada momento as histórias vão entrando e saindo, os livros vão chegando em nossas mãos.
Não dá para não parar de ler.



Devore livros, invista nas palavras e
nada será em vão!



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso - Pós-graduação em Contação de histórias

Quanto tempo sem atualizar o meu blog, que saudade! Estive preparando o meu Trabalho de Conclusão de Curso... ufa, e que trabalho! Dei o nome de BIBLIOJOGOS: FERRAMENTAS PARA A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS. 
Apresento novas técnicas lúdicas que reúnem a contação de história e os jogos literários, usando atividades lúdicas, artísticas e literárias como recursos pedagógicos. O objetivo principal é incentivar a criança a ler, imaginar e aumentar o seu conhecimento através das histórias, valorizando a leitura como fonte de prazer.
No dia 20 de setembro foi a apresentação do trabalho e também contei a história do Pote de Baiaré. Conheça um pouco da história:


            No estado do Mato Grosso, na tribo dos índios Parecis, havia um jovem pequeno, fraco e tímido chamado Itaguyrá, que quer dizer pássaro de pedra. Muitas vezes nem iniciava uma coisa, porque tinha medo de não conseguir terminar, o fracasso não lhe agradava.
Por isso Itaguyrá vivia triste, sentia muita vontade de ser um índio forte e musculoso.
Um dia sua mãe descobriu o seu sofrimento e o aconselhou a procurar o pajé afim de encontrar uma solução.
- Estes homens estão assim belos, fortes, corajosos e seguros porque beberam do pote de baiaré, falou o pajé.
- E o que contém o pote de baiaré? Perguntou o fracote.
- Não sei, ninguém sabe, só quem bebe sabe.
- Onde posso encontrar esse pote?
- Naquela montanha, com Maiarú.
- Mas ela é muito íngreme, com mata fechada, eu não vou conseguir subir.
- Bem, faça como os outros, exercite-se! Eu vou ajudá-lo. Você está vendo esta folha. Quando o primeiro raio de sol refletir nas gotas de orvalho desta folha, diga o meu nome. Só poderá ser esta folha.
- Mas como vou identificá-la?
E neste momento, o pajé cruzou os braços, abaixou a cabeça e sumiu.
Eu vou desistir, pensou. Mas, lembrou o que sua mãe disse:
“Se os outros podem, você também vai conseguir. Tudo que um índio Pareci pode fazer, outro Pareci pode também. Essa é a lei que índio nenhum pode mudar, resistiu à época das trevas e à das águas, índio nenhum pode mudar.”
Voltou-se arrependido para a laranjeira, pois perdeu de vista a folhinha que o pajé apontara. Uma das folhas balançava ligeiramente e não tinha dúvida: era aquela.
O indiozinho vigiou a folha a noite toda, sem piscar os olhos.
Amanheceu e no  primeiro raio de sol que atingiu o orvalho, gritou: pajé!
E imediatamente, apareceu o pajé apontando com o braço esticado que deveria seguir a direção.
Itaguyrá caminhou na direção indicada, sendo seguido pelo pajé até o rio da vila indígena. Na beira do riacho, o pajé parou com o braço esticado apontando para o rio, o que indicava que deveria se jogar lá. Mas, o índio não sabia nadar e mesmo assim, pajé não mudou de opinião.
            Então decidiu se lançar no rio. Preferia tentar, arriscando sua vida do que desistir e dar desgosto à sua mãe.
            Itaguyrá foi ao fundo como uma pedra e ficou maravilhado com o que via ao seu redor: pedras redondas e brilhantes, plantas compridas e cardumes de peixes coloridos.
           Começou a agitar os braços desesperadamente até chegar a superfície do rio. Olhou para a beirada e viu o pajé de braços cruzados esboçando um sorriso. Pensou que fosse lhe dar a mão e puxá-lo do rio, mas nada foi feito.
A correnteza do rio levou Itaguyrá ao desespero. Encontrou no caminho enormes pedras irregulares e em declive, proporcionando sucessivas quedas. A força das águas fez Itaguyrá dar cambalhotas, cabeçadas em pedras e beber muita água.
O fim estava por vir, o corpo doía e após muitas batidas e tombos, Itaguyrá percebeu que não precisava fazer mais esforço. Olhou ao redor e viu as águas calmas, estava agora em uma represa...
(Adaptação do conto O pote de Baiaré do livro de Vania Dohme: Técnicas de contar histórias da editora Informal)
 Preparação


Algumas flores que ganhei. A sala virou um jardim!


Hora do conto

Momento da apresentação do TCC

A banca: Ivani Magalhães (profª da pós-graduação) à esquerda, Christyanne Bueno (ex-profª do colégio) no meio e Marilucia Bernardi (bibliotecária do colégio) à direita.

Da esquerda para a direita: mãe Neusa;  amiga Ivaniza; escritores, Silvana Salerno, Fernando Nuno e Luiz Carlos Sales; eu; Profª Christyanne, Isaura e Marilucia (biblioteca); amiga Cilene.

Eu e a escritora Silvana Salerno

Depoimento do escritor Luiz Carlos Sales

Prezada Claudia.
A apresentação do seu trabalho de conclusão do curso de  Pós-graduação em Contação de Histórias foi um momento importante de aprendizado para mim. Senti-me honrado com o convite. Você é uma pessoa especial, daquelas que se tornam um tesouro para seus amigos. Por sua reconhecida competência na profissão que exerce e nos estudos (nota dez no exame da banca), você já é um sucesso. Parabéns!
Grande abraço,
Luiz Carlos

Diretamente da tribo dos Parecis... rsrs



Exposição dos BIBLIOJOGOS

Da esquerda para a direita: tia Sonia; amiga da pós Solange; profª da pós Ivani; eu; irmã Gisele.

Mais um pouco do trabalho...

Capítulo 1 – Percursos de uma leitora à contadora de histórias
Minha paixão pelos livros
Minha jornada de contadora de histórias

Experiência vivida: contos que curam
A arte de escutar
Criatividade e inovação


Capítulo 2 – Bibliojogos: jogos literários que incentivam à leitura e a contação de histórias
Biblioteca escolar
A influência da contação de histórias na formação do leitor
A importância dos jogos na arte do improviso e da recriação
Capítulo 3 – Minha caixa de ferramentas
Projetos executados na aula de Biblioteca: atividades de incentivo à leitura
Comportamento do leitor/ouvinte


DEDICATÓRIA

Aos meus queridos alunos e professores do Colégio Santa Maria que me deram o apoio e incentivo na dose certa.

A todas as pessoas que lutam diariamente ao meu lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação, paciência e coragem, tornando os meus dias mais felizes.
 
AGRADECIMENTOS 
Aos professores do curso que trouxeram para minha vida mais conhecimento e sabedoria.
Aos meus colegas da pós, que só acrescentaram a cada momento vivenciado.
Aos amigos de perto e de longe, pelo amor e preocupação demonstrados através de ligações e e-mails.
À Marilucia Bernardi e Christyanne Garcia Paes de Bueno que compartilharam todos os momentos deste trabalho.
Aos escritores e ilustradores de literatura infantil, que com tanta criatividade me contagiaram.
Agradeço a todos que de uma maneira ou de outra contribuíram para que eu pudesse concluir meu curso.

domingo, 28 de agosto de 2011

Colocando a lenda das árvores na prática. Como?

Lendo a revista da folha nas férias encontrei este artigo que vem para complementar meu trabalho com a lenda das árvores. Vamos fazer a nossa parte!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

2011 - Ano Internacional das Florestas

Estou preparando uma aula muito especial e vou contar lendas de árvores. Estou descobrindo cada coisa incrível e já vou adiantar para dividir com vocês. Olha só o que tem de livros infantis sobre árvores:



Neste livro, Magia das árvores, Lucas aprende com o pai a ser o melhor lenhador da região, e aprende com o velho andarilho, Vagabundo, a dançar com as árvores. Lucas terá de escolher entre ser o campeão do torneio de lenhadores, motivo pelo qual seria o orgulho de seu pai ou seu amor pela natureza.

“Não, o mundo não pode ser só isso...”. Desmatamento, injustiças sociais, enchentes e secas, há amor e um final feliz. Silvana de Menezes escreve e ilustra, magnificamente, Árvores, um retrato da natureza muito viva, poema narrativo sobre a amizade entre duas árvores, a velha Árvore e sua amiga Mudinha tagarela. Um livro para todos que amam a natureza, respeitam o universo e suas leis, reconhecem que apenas somos parte deste todo e já entenderam que “... árvore... é um exemplo... de sobrevivência às quatro estações, / Como os Joões, os Zés / E todos esses ninguém que constroem o mundo...”.
No livro Gabriel e a grande árvore de João Emilio Braz, Gabriel confia todos os seus segredos à grande árvore. Divide com a amiga suas tristezas e alegrias. Ela está sempre pronta a acolhê-lo entre seus galhos e raízes. Ambos sofrem com a degradação do ambiente e da sociedade. Uma linda história sobre o valor da amizade e da vida.
Um Amor Sem Palavras
Autora / Ilustradora - Marina Colasanti

Uma sombra, acreditando estar sendo desprezada por sua amiga, uma árvore, muda-se, repentinamente, em busca de um outro lugar em que poderia se sentir mais útil e mais feliz. Porém, mesmo longe, não consegue deixar de sentir saudades, de se preocupar com sua companheira de muitos anos. Juntas desde o começo, as duas. A árvore ainda era muda, pequena, sem tantas garantias de vida... (...) e a sombra já se desenhava magrinha, contando com a resistência da outra para sobreviver. Mais uma história de Marina Colasanti para, primeiro sentir, depois pensar e depois aprender. Aprender como se pode aprender com um bom texto literário - conhecer personagens inusitadas, ler as metáforas, as entrelinhas, as frases incomuns. Sensibilizar a criança desde cedo para o contato e compreensão do discurso literário é proporcionar-lhe momentos de prazer.

No livro,  A árvore que dava dinheiro, Domingos Pellegrini conta uma história fantástica que se passa na interiorana cidade de Felicidade. Na praça central – que como em toda cidade do interior que se preze é onde tudo acontece – aparece uma árvore que não dá flores nem frutos, mas um monte de dinheiro. Essa inesperada aparição faz a alegria dos moradores de Felicidade, que catam todo o dinheiro que necessitam (e querem)... Até parecia o fim de todos os problemas dessa população.

Em vez disso, as coisas se complicam. Como o ser humano é movido não apenas por sentimentos nobres, quando o dinheiro se torna farto, desperta a cobiça, a ganância, a inveja e o individualismo. Será que vale a pena?

Domingos Pellegrini trabalha com as noções de ética e moral, entendidas no seu sentido mais amplo e elevado, sem, no entanto, cair no tom professoral e moralista que normalmente deixa o texto muito maçante.

E como será que Pellegrini teve ideia de escrever sobre uma árvore de dinheiro que vira de cabeça para baixo a vida dos moradores de uma cidadezinha?

O escritor estava em Laje do Muriaé, um pequeno município do Rio de Janeiro, quando teve a inspiração. Lá uns moços contaram uma história que ficou na cabeça do escritor: “Eles diziam estar à espera de emprego nas futuras fábricas de arredondar tijolos, engarrafar fumaça e desentortar banana. E completavam que talvez nem fosse preciso esperar as fábricas, se crescessem depressa as árvores de dinheiro plantadas pelo prefeito...”

Essa conversa não passou em branco para um contador de história como Pellegrini e logo virou livro. A obra tem um ingrediente curioso. Por trás da história envolvente e divertida, “A Árvore que Dava Dinheiro” trata de temas que costumam nos aborrecer quando aparecem no noticiário: economia, inflação... Embora não tenha intenção didática, o livro estimula a reflexão sobre a relação do homem com essa sua invenção tão genial quando perigosa: o dinheiro.

O autor desconfia que a discussão de fundo ético estimulada pelo livro seja um dos segredos do sucesso de “A Árvore que Dava Dinheiro”. Escrita em 1981, a obra até hoje continua a encantar jovens. Trata-se de um livro muito atual e gostoso de ser lido.




Em Florestania: a cidade dos povos da floresta, Flávia é uma jornalista carioca que trabalha no Caderno de Turismo de um jornal importante. Seu chefe a indicou para fazer uma matéria sobre um hotel de selva na região de Manaus, onde inicia uma amizade com Madeleine, uma turista francesa apaixonada pelo Brasil. As duas conheceram Maíra, uma jovem de 12 anos que atua como pequena guia do Bosque da Ciência, e ficam encantadas com seu interesse pelas questões da preservação ambiental.
A amizade entre as três faz crescer em Flávia o desejo de conhecer melhor outros projetos de ecoturismo que estimulam a participação ativa das comunidades locais, recuperando áreas degradadas pela pesca predatória e pelo desmatamento. O conceito de ´florestania´ desperta seu interesse porque mostra a necessidade de estimular a cidadania dos povos da florestam numa, região tão importante para o equilíbrio ecológico do planeta.


A Árvore dos Desejos
Autor: William Faulkner
Ilustração: Eloar Guazzelli
Tradução: Leonardo Fróes
Antes de William Faulkner (1897-1962), um dos maiores escritores do século XX, escrever os romances que lhe renderam o Prêmio Nobel de Literatura, ele se dedicou a esta novela infanto-juvenil que já anunciava seu extraordinário domínio da prosa. No dia do seu aniversário, a menina Dulcie desperta com a presença de Maurice, um estranho garoto ruivo que lhe promete uma jornada inesquecível em busca da Árvore dos Desejos. Outras crianças se juntam à caravana rumo à floresta, onde conhecem diversos seres curiosos.

A Árvore dos Desejos alterna o fantástico com o real, em personagens que encolhem, pôneis e escadas que cabem dentro de sacolas, lerofantes (sim, uma espécie de elefante), rio correndo na vertical e... uma árvore mágica. Por meio de uma narrativa fluente e sem intervalo, Faulkner brinca com o verdadeiro e o imaginário, uma espécie de reflexo de nossos desejos. As figurativas ilustrações de Guazzelli potencializam o onírico da obra. Um Faulkner diferente, para marcar a infância, porta de entrada para sua literatura madura.


O livro - O Menino, Seu Avô E A Árvore Da Vida - apresenta a relação de amizade entre um menino, chamado Tiqvá, e seu avô. Os dois fazem gostosas caminhadas nas quais o menino aprende muitos segredos e mistérios sobre a vida. Um desses segredos foi o que salvou o reino e fez com que os idosos tivessem seu valor reconhecido. Nesse enredo de contos de fadas, o autor narra como a maldade de um rei que expulsa os idosos improdutivos de seu reino perde com eles a sabedoria e a experiência. É uma história humana que nos mostra o prazer e a beleza do encontro das gerações (infância e velhice).

A Árvore e a Aranha - Rubem Alves

Este livro conta a história de uma aranha, que movida pela inveja da beleza e doçura de abelhas, beija-flores e borboletas, invade uma árvore conhecida como Árvore da Alegria (por dar frutos e flores de todos os tipos e atrair pássaros, abelhas e todos os tipos de bichos). A aranha acredita que, se tiver uma dieta baseada em coisas doces ficará bonita como elas. Assim, constrói uma teia especializada em capturar abelhas para roubar seu mel. Com essa atitude, a aranha espanta toda a alegria da árvore, tornando-a a Árvore da Tristeza. Entretanto, após se apaixonar por um grilo que dormia perto da árvore, se descobre bela. Assim, desfaz sua teia e traz de volta a Árvore da Alegria.



O Homem que Espalhou o Deserto narra a história de um menino que passava os dias cortando as folhas das árvores do seu quintal com uma tesoura. Enquanto era pequeno, as árvores levavam vantagem porque as folhas renasciam depois de cada podada. Mas o menino foi crescendo e acabou conseguindo um machado para derrubar as árvores. Quando terminou de cortar as do quintal, avançou para as dos terrenos da cidade e por onde encontrasse árvores. Satisfeito com o seu “ofício”, construiu uma companhia especializada em motosserras e tratores. Certo dia, porém, notou que não havia mais nada para derrubar, pois seu país tornara-se um deserto. O governo contratou técnicos especializados em reflorestamento para solucionar o problema. E, enquanto isso, o homem do machado ensinava sua profissão ao filho.
Em Floresta de histórias, os sete contos inspiram-se no folclore de sete povos diferentes. Cada um deles tem como personagem central uma árvore dotada de poderes mágicos. Essas belas histórias decerto levarão o jovem leitor a olhar com maior ternura e respeito as árvores reais que o cercam. Talvez este seja o primeiro passo para uma reflexão sobre os critérios e normas que devem nortear a ação do homem sobre a natureza.



Conhecido pelo seu traço surrealista e onírico, mas também dono de uma forte componente poética, o australiano Shaun Tan tem editado em Portugal, com a chancela da Kalandraka, A Árvore Vermelha, uma banda desenhada muito especial, destinada a leitores maiores de oito anos, mas que facilmente tocará a espíritos mais velhos e experientes. Porque mesmo quando tudo parece escuridão, um raio de luz, ainda que ténue, pode mesmo ser a salvação…
Depois de já ter sido, inclusivamente, adaptado para teatro na Austrália Natal, «A Árvore Vermelha» tem como protagonista uma pequena menina de cabelos vermelhos, imagem reflectida de muitos de nós, perdida, desorientada e incompreendida num mundo que, para ela, mais parece uma máquina insensível, um lugar onde as coisas terríveis parecem não só maiores do que realmente são, mas também com mais impacto do que realmente têm. No entanto, quando tudo já parece perdido, eis que o surgimento de um pequeno raio de luz nos devolve a esperança no Amanhã…
Assumido como um cântico poético à esperança, apesar do traço escuro, intenso e em alguns casos até violento traduzido que é possível encontrar nos óleos e colagens que ilustram a história, de poucas palavras, «A Árvore Vermelha» surge assim como uma excelente oportunidade para descobrir o valor da auto-estima, o peso da solidão e da incompreensão, mas também a importância da esperança, tudo através dos olhos de um autor que se tem destacado pela forma como retrata temas sociais, político e históricos, representados através de um estilo surrealista e onírico. Onde, ainda hoje, é possível encontrar a identidade de um jovem adolescente, hoje em dia já galardoado, que, um dia, começou por fazer ilustrações para histórias de terror e de ficção científica em revistas.
Tudo é semente é um livro composto de três partes distintas cuja unidade é dada pela conhecida figura de Alberto Santos Dumont. Rubens e Carlos Matuck - que escrevem e desenham as incríveis aventuras em quadrinhos de Euphrates e Mogadom há muitos anos - foram atraídos pela vida do pioneiro inventor brasileiro e passaram a incorporá-la em suas histórias de ficção. A primeira parte do livro apresenta os personagens dessas aventuras por meio dos diários de um deles, o conde Euphrates. A segunda parte é uma parábola da criação do monoplano Demoiselle em forma de história em quadrinhos, tendo Santos Dumont como protagonista. Enfim, o livro se encerra com uma detalhada cronologia da vida do grande aviador, que instiga o leitor a desmembrar as lúdicas relações entre realidade e ficção.Exercício inteligente que associa informação e imaginação, Tudo é semente com certeza divertirá crianças e adultos e os levará a uma viagem inesquecível por um mundo de homens que apostaram tudo na força de suas invenções.

Em 'Era uma vez um abacateiro' você vai se emocionar com a relação de carinho existente entre uma família e um abacateiro e ver como ele acompanhou a trajetória dessa família quase como se fosse mais um integrante dela. Semente da imaginação de Alaíde, 'Era uma vez um abacateiro' mantém-se viva e atual até hoje e leva a uma rica reflexão sobre a relação do homem com a natureza.
'A Árvore que queria andar' mostra às crianças como podemos ir a lugares maravilhosos deste e de outros mundos usando apenas nossa imaginação e criatividade, além de relembrar a importância de um relacionamento equilibrado, leve e harmonioso com a natureza.
A FLORESTA E O ESTRANGEIRO
POESIA
Ilustrador: SEGALL, LASAR
Poeta e artista plástico, Alberto Martins reúne neste livro poemas inspirados em alguns desenhos e guaches de Lasar Segall, pintor que nasceu na Rússia, em 1885, e acabou se radicando em São Paulo, onde morreu em 1957. Brincando com as palavras, apresentando um pouco das florestas, bichos e figuras humanas criadas por Segall, Alberto Martins fala sobre como um estrangeiro aprendeu a viver numa terra que não era a sua. Ao mesmo tempo, sem dar aula, guia o olhar do leitor na descoberta da arte.
Sumaúma, mãe das árvores - Uma História da Floresta Amazônica.
No verde denso da floresta amazônica, um homem está derrubando uma árvore enorme. Uma sumaúma, a planta que os índios chamam de mãe das árvores. Os animais que vivem pelo meio das folhas e dos galhos o contemplam em silêncio. Mas, exausto e com calor, o homem se detém um pouco, para descansar ao pé da árvore, e acaba dormindo. Então as criaturas da floresta vão surgindo, uma a uma, e sussurram em seu ouvido. Pedem que não destrua sua casa e contam como cada árvore da floresta é importante. Um tamanduá lembra: "O que vai acontecer amanhã depende do você fizer hoje". Finalmente um menino ianomâni implora: "Por favor, quando acordar, olhe para nós com novos olhos".
O homem acorda num sobressalto e olha em volta. Veem macacos, ouriços-cacheiros, pererecas, abelhas, borboletas, tamanduás, aves de muitas cores, uma onça-pintada, uma preguiça. Todos se olham em silêncio, homem e bichos, e ele toma uma decisão.
Com suas ilustrações exuberantes da floresta tropical, Lynne Cherry criou um conto mágico com uma mensagem preservacionista, que fala a adultos e crianças.


O livro O medo da sementinha, conta a trajetória de uma Sementinha, desde o seu nascimento até virar uma bela árvore. Durante esse percurso, surgem medos e preocupações com o desconhecido. A mãe da pequenina acompanha esses sentimentos, confortando-a e tentando tornar esses momentos mais fáceis. Da morte da Sementinha nasce uma linda árvore, e, assim, o medo vai embora, dando lugar a uma vida muito feliz. Com essa metáfora, o autor aproxima vida e morte, situações amigas em que uma dá lugar à outra.

A obra do paulistano Rubens Matuck, de 57 anos, é permeada por uma linguagem que traz diretamente a fauna e a flora para o centro da nossa vida, com pinturas, esculturas e ilustrações em que a natureza é o personagem principal. Para ele, não existe natureza separada do homem. “Nem a floresta amazônica é autônoma, ela foi plantada”, diz. Foi assim que o artista plástico renomado, com prêmios no Brasil e exposições internacionais, passou a se dedicar a plantar árvores – ainda nos anos 80. Montou um grupo na Vila Madalena, em São Paulo, e ali já plantou mais de 2 mil espécies nativas. Com isso, está sendo um dos responsáveis pela reconstrução de uma praça, que voltou a abrigar a fauna local. “Esta é uma grande obra de arte coletiva”, diz ele, homenageado pela escritora Ruth Rocha no livro infantil Rubens, o Semeador (Salamandra). Nele, ela conta a trajetória do garoto Rubens, que se transformou em um incansável plantador de árvores ainda na infância. Aliás, falando em árvores, ele não usa apenas o papel para falar delas. Sua obra também aparece em pedaços de madeira – que ele mesmo recolhe em caçambas e lixos. “Ao aplicar a tinta numa madeira, é como se você retomasse as características da árvore enquanto era viva. Isso não é fantástico?”, diz ele, com a mesma excitação de um menino que descobre algo mágico – tão mágico quanto ver uma muda brotar de uma semente.
A Floresta
Este livro conta a história de um valente camundongo que decide deixar a segurança de sua casa para explorar a floresta. ´A Floresta´ amplia o mundo do leitor, falando com veemência e tranqüilidade a todas as crianças que já sentiram medo do desconhecido.


Conto: A árvore encantada – México

Era uma vez um cajueiro – Fabia Terni ed. Nova Didática
A turma é composta por: Amauri, Mauro, Vinícius, Clayton, Luana e o cãozinho Hot Dog.
Os garotos precisam arrumar camisetas para o time de futebol. Acontece que não têm dinheiro, então, é necessário descobrir uma forma de conseguir a grana. Entra em cena o famoso cajueiro de Pirangi, que nasceu lá longe, no Rio Grande do Norte. Essa árvore, considerada a maior do mundo em sua espécie, tem características especiais, que a tornam única. De que forma o cajueiro ajudou a turminha a conseguir o dinheiro necessário para a compra das camisetas?