Quanto tempo sem atualizar o meu blog, que saudade! Estive preparando o meu Trabalho de Conclusão de Curso... ufa, e que trabalho! Dei o nome de BIBLIOJOGOS: FERRAMENTAS PARA A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS.
Apresento novas técnicas lúdicas que reúnem a contação de história e os jogos literários, usando atividades lúdicas, artísticas e literárias como recursos pedagógicos. O objetivo principal é incentivar a criança a ler, imaginar e aumentar o seu conhecimento através das histórias, valorizando a leitura como fonte de prazer.
No dia 20 de setembro foi a apresentação do trabalho e também contei a história do Pote de Baiaré. Conheça um pouco da história:
No estado do Mato Grosso, na tribo dos índios Parecis, havia um jovem pequeno, fraco e tímido chamado Itaguyrá, que quer dizer pássaro de pedra. Muitas vezes nem iniciava uma coisa, porque tinha medo de não conseguir terminar, o fracasso não lhe agradava.
Por isso Itaguyrá vivia triste, sentia muita vontade de ser um índio forte e musculoso.
Um dia sua mãe descobriu o seu sofrimento e o aconselhou a procurar o pajé afim de encontrar uma solução.
- Estes homens estão assim belos, fortes, corajosos e seguros porque beberam do pote de baiaré, falou o pajé.
- E o que contém o pote de baiaré? Perguntou o fracote.
- Não sei, ninguém sabe, só quem bebe sabe.
- Onde posso encontrar esse pote?
- Naquela montanha, com Maiarú.
- Mas ela é muito íngreme, com mata fechada, eu não vou conseguir subir.
- Bem, faça como os outros, exercite-se! Eu vou ajudá-lo. Você está vendo esta folha. Quando o primeiro raio de sol refletir nas gotas de orvalho desta folha, diga o meu nome. Só poderá ser esta folha.
- Mas como vou identificá-la?
E neste momento, o pajé cruzou os braços, abaixou a cabeça e sumiu.
Eu vou desistir, pensou. Mas, lembrou o que sua mãe disse:
“Se os outros podem, você também vai conseguir. Tudo que um índio Pareci pode fazer, outro Pareci pode também. Essa é a lei que índio nenhum pode mudar, resistiu à época das trevas e à das águas, índio nenhum pode mudar.”
Voltou-se arrependido para a laranjeira, pois perdeu de vista a folhinha que o pajé apontara. Uma das folhas balançava ligeiramente e não tinha dúvida: era aquela.
O indiozinho vigiou a folha a noite toda, sem piscar os olhos.
Amanheceu e no primeiro raio de sol que atingiu o orvalho, gritou: pajé!
E imediatamente, apareceu o pajé apontando com o braço esticado que deveria seguir a direção.
Itaguyrá caminhou na direção indicada, sendo seguido pelo pajé até o rio da vila indígena. Na beira do riacho, o pajé parou com o braço esticado apontando para o rio, o que indicava que deveria se jogar lá. Mas, o índio não sabia nadar e mesmo assim, pajé não mudou de opinião.
Então decidiu se lançar no rio. Preferia tentar, arriscando sua vida do que desistir e dar desgosto à sua mãe.
Itaguyrá foi ao fundo como uma pedra e ficou maravilhado com o que via ao seu redor: pedras redondas e brilhantes, plantas compridas e cardumes de peixes coloridos.
Começou a agitar os braços desesperadamente até chegar a superfície do rio. Olhou para a beirada e viu o pajé de braços cruzados esboçando um sorriso. Pensou que fosse lhe dar a mão e puxá-lo do rio, mas nada foi feito.
A correnteza do rio levou Itaguyrá ao desespero. Encontrou no caminho enormes pedras irregulares e em declive, proporcionando sucessivas quedas. A força das águas fez Itaguyrá dar cambalhotas, cabeçadas em pedras e beber muita água.
O fim estava por vir, o corpo doía e após muitas batidas e tombos, Itaguyrá percebeu que não precisava fazer mais esforço. Olhou ao redor e viu as águas calmas, estava agora em uma represa...
(Adaptação do conto O pote de Baiaré do livro de Vania Dohme: Técnicas de contar histórias da editora Informal)
Preparação
Algumas flores que ganhei. A sala virou um jardim!
Hora do conto
Momento da apresentação do TCC
A banca: Ivani Magalhães (profª da pós-graduação) à esquerda, Christyanne Bueno (ex-profª do colégio) no meio e Marilucia Bernardi (bibliotecária do colégio) à direita.
Da esquerda para a direita: mãe Neusa; amiga Ivaniza; escritores, Silvana Salerno, Fernando Nuno e Luiz Carlos Sales; eu; Profª Christyanne, Isaura e Marilucia (biblioteca); amiga Cilene.
Eu e a escritora Silvana Salerno
Depoimento do escritor Luiz Carlos Sales
Prezada Claudia.
A apresentação do seu trabalho de conclusão do curso de Pós-graduação em Contação de Histórias foi um momento importante de aprendizado para mim. Senti-me honrado com o convite. Você é uma pessoa especial, daquelas que se tornam um tesouro para seus amigos. Por sua reconhecida competência na profissão que exerce e nos estudos (nota dez no exame da banca), você já é um sucesso. Parabéns!
Grande abraço,
Luiz Carlos
Diretamente da tribo dos Parecis... rsrs
Exposição dos BIBLIOJOGOS
Da esquerda para a direita: tia Sonia; amiga da pós Solange; profª da pós Ivani; eu; irmã Gisele.
Mais um pouco do trabalho...
Capítulo 1 – Percursos de uma leitora à contadora de histórias
Minha paixão pelos livros
Minha jornada de contadora de histórias
Experiência vivida: contos que curam
A arte de escutar
Criatividade e inovação
Capítulo 2 – Bibliojogos: jogos literários que incentivam à leitura e a contação de histórias
Biblioteca escolar
A influência da contação de histórias na formação do leitor
A importância dos jogos na arte do improviso e da recriação
Capítulo 3 – Minha caixa de ferramentas
Projetos executados na aula de Biblioteca: atividades de incentivo à leitura
Comportamento do leitor/ouvinte
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos alunos e professores do Colégio Santa Maria que me deram o apoio e incentivo na dose certa.
A todas as pessoas que lutam diariamente ao meu lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação, paciência e coragem, tornando os meus dias mais felizes.
AGRADECIMENTOS
Aos professores do curso que trouxeram para minha vida mais conhecimento e sabedoria.
Aos meus colegas da pós, que só acrescentaram a cada momento vivenciado.
Aos amigos de perto e de longe, pelo amor e preocupação demonstrados através de ligações e e-mails.
À Marilucia Bernardi e Christyanne Garcia Paes de Bueno que compartilharam todos os momentos deste trabalho.
Aos escritores e ilustradores de literatura infantil, que com tanta criatividade me contagiaram.
Agradeço a todos que de uma maneira ou de outra contribuíram para que eu pudesse concluir meu curso.